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8 de out. de 2012

"Dança do Ventre Turca"


Vem aí, a nova novela da Globo: Salve Jorge, cenário Brasil e Turquia, com todos os ingredientes que a autora Glória Peres usa em suas receitas, e um deles, a dança.

O alvoroço no mundo da dança do ventre já começa, as alunas já começam a questionar como é o estilo turco de dança do ventre, quais são as diferenças e as características marcantes.
Cléo Pires e a "Dança com 7 Véus"

Uma certa angústia já se inicia, sabemos que tudo que se relaciona a nossa amada dança quando vai parar na grande mídia, geralmente, é de forma distorcida, que temos um trabalho redobrado para desmistificar e desfazer os estereótipos criados, mas vamos pensar pelo lado bom da coisa, não é sempre que ganhamos uma divulgação gratuita, e que apesar de muita gente começar a fazer aulas por farra do momento (como ocorreu na época do “Clone”), muitas se apaixonam e acabam levando a sério, ficando e se transformando em lindas bailarinas!

Entretanto precisamos estar preparadas para esta avalanche, e pensando nisso resolvi compartilhar o que eu conheço e posso sobre este assunto.


E antes que perguntem ou indaguem o por que de eu ter algum conhecimento sobre o assunto, já me anteciparei: conheço o assunto pois sou de origem grega e estudo as danças gregas desde os 7 anos de idade!! E então virá a grande questão: O que as danças gregas tem haver com isso??? daí eu respondo: quase TUDOOOOOO.

Vamos entender isso!


Gengis Khan
Para entendermos os aspectos da dança do ventre turca, precisamos primeiro entender o que é a Turquia. A Turquia é um país, nação, recente, nomeada república Turca em 1922. Sua origem deriva do Império Otomano. Os turcos originais eram povos de essência guerreira, vindos do Turcomenistão, norte da Mongólia (lembrem das histórias de Gengis Khan), e após processos de conquistas territoriais e invasões que iniciaram por volta do século XI, principalmente na região da Anatólia (território atual da Turquia que até então era o Império Bizantino herdeiro da civilização helênica) se deu origem aos turcos otomanos (islâmicos).


Após a tomada de Constantinopla em 1453 (atual Istambul), o Império Otomano (turcos otomanos) teve seu apogeu entre os séculos XV e o XVIII, e sua área territorial de dominação política e militar abrangia o sudeste europeu, Ásia Menor, países árabes, costa mediterrânea do norte da África e costa do mar Cáspio.

Até a constituição do Estado Turco em 1922, a região da Anatólia era fortemente povoada por gregos (helênicos), os quais ali estavam desde a antiguidade (1200 ac) e tinham suas culturas fortemente estabelecidas. Por receios políticos e religiosos, após este período iniciou nesta região uma forte perseguição aos gregos (que eram cristãos ortodoxos), e iniciaram grandes genocídios e massacres. Estima-se que foram expulsos a partir de então cerca de 2.000.000 (dois milhões) de gregos (minha avó paterna foi um deles), e os que permaneceram na região foram obrigados a se converter ao islamismo e mudaram seus nomes para não morrerem ou serem perseguidos, entretanto permaneceram com suas tradições e costumes.

Santa Sofia (Istambul/Turquia) - Catedral Grega Bizantina, construída
no século VI, transformada em mesquita pelos turcos otomanos em
1453 até 1931. Em 1935 transformou-se em museu. Atrás o estreito de
Bósforo,canal que separa a Ásia da Europa.

A Turquia sucedeu o Império Otomano, que por sua vez sucedeu o apogeu cultural do Império Árabe, um período de grande produção cultural chamado a idade do ouro, ocorrido entre os séculos VII e XII, e também o Império Bizantino, cuja cultura era a intersecção entre as culturas gregas da antiguidade clássica e as culturas orientais. Aspectos da cultura musical e da dança destes povos foram absorvidos pelos turcos e esse grande caldeirão que inclui em boa parte a cultura helênica e a árabe e também aspectos das culturas persas e mongóis deram origem ao que denominamos hoje de cultura turca.

Acampamento cigano na cidade de Esmirna/Turquia


Outro aspecto que influencia bastante a cultura turca atual é a forte concentração de ciganos (romani), provavelmente a maior do mundo estimada em cerca de 5.000.000, e assim como no Oriente Médio, são estes ciganos os grandes responsáveis pelas manifestações artísticas de música e dança nas tavernas, festas, casamentos e feiras de rua agregando a cultura local a suas tradições.



Após dito tudo isto, conseguimos vislumbrar o que seria a dança do ventre turca. Sabemos que quando os turcos ali chegaram esta dança já existia, ou seja, não é uma dança de origem turca, mas sim uma dança que foi absorvida e sofreu influências múltiplas.
Estátua grega encontrada em Esmirna
Dançarina velada

No estilo praticado pelas bailarinas turcas (que em sua maioria tem origem cigana pois há um grande preconceito em volta da dança assim como em todo o Oriente Médio), podemos observar muitos aspectos da dança do ventre libanesa e da dança do ventre grega, e alguma influência das danças persas e dos rituais sufis. Algumas bailarinas mesclam movimentos das danças ciganas e também de danças folclóricas, principalmente o karsilamas, que tem origem na Trácia (em breve postarei um artigo específico sobre esta dança).

Do estilo grego observamos que foi herdado, além dos ritmos (chiftetelis, karsilamas e outros), movimentos pélvicos, postura e eixo dos quadris a frente com um leve cambrê (que também aparece no estilo libanês), redondos e oitos horizontais grandes, cambrês exagerados, muito trabalho de chão e a forte presença dos snujs (zília) também presente entre os ciganos.

Do estilo libanês, os grandes deslocamentos e giros, a acentuação para cima dos movimentos (que também aparece no estilo grego) e nos shows “bellydance”, os trajes mais modernos e ousados bem como o uso de sapatos de salto.

Do cigano podemos observar a manipulação das saias, os “puladinhos” (que também tem uma influência do karsilamas grego, que por sua vez tem influência cigana), os giros do tipo “helicóptero”, as acrobacias (queda turca, contorcionismos e equilibrismo) e muito de suas danças populares.

Das danças persas podemos notar os gestuais e influências nos trajes mais tradicionais (não para shows “bellydance”), e também o giro oriental o qual pode ser observado nos rituais sufis.

E da herança da sua tradição militar e guerreira, podemos observar uma grande eficiência técnica, precisão e bailarinos atléticos (principalmente nos grupos folclóricos), o que acredito ser uma das características mais marcantes da dança turca atual.

Enfim, percebam que estas influências e características são circulares e uma cultura influencia a outra e assim continua, e este intercâmbio é maravilhoso pois enriquece a nossa dança de maneira infinita.

Algo muito importante a salientar é que a dança do ventre para os turcos não é algo enraizado em suas tradições diárias assim como vemos a “raksa” nos países árabes, o “shaabi” e o “baladi” no Egito e o “tsiftetelis” na Grécia, ela é utilizada mais como show, algo para ser mostrado, atração de turistas do que como entretenimento local. Para elucidar melhor o que estou dizendo, transcrevo aqui uma das impressões que a bailarina Brysa Mahaila relata em seu blog ao retornar de sua viagem à Turquia:
“Os turcos vêem a dança do ventre apenas como um espetáculo de variedade. As bailarinas não se preocupam com a arte e a qualidade da dança, infelizmente lá a dança é vista como um show para divertir o público e não como uma arte de exaltação a sensibilidade e ao feminino.” Relata Brysa sobre os espetáculos de dança do ventre na Turquia.

Enfim, de qualquer forma existem bailarinas turcas maravilhosas, que são grande fonte de estudo e que podemos nos inspirar para conhecer um pouco mais deste estilo, segue um vídeo da minha preferida, Nesrin Topkapi:

 Outros aspectos culturais e curiosidades:
1)      Não confundam um árabe com um turco. Isso acontece muito no Brasil por conta das primeiras imigrações de povos árabes que chegavam com passaportes turcos devido ao período da dominação otomana. O turco fala o idioma turco, tem origem étnica diferente e possui tradições próprias.
2)      A palavra Istambul deriva do termo grego “I Poli”, ou seja “a cidade”. Assim era denominada coloquialmente pois era lá o centro comercial, artístico e cultural da região, ou seja, onde as coisas aconteciam e havia um intercâmbio cultural forte. Outra cidade muito importante para o desenvolvimento das artes é Esmirna, também um pólo cultural.
3)      Assim como a dança, a música turca também é um grande caldeirão de misturas culturais, mas os instrumentos utilizados são os mesmos da música árabe clássica (e grega também), o alaúde, o qanoun, a nay, o derbak e a presença do saz (uma espécie de bouzouki). A nomenclatura dos ritmos também é a mesma e a qualidade melódica da música oriental permanece (ou seja, uma música modal, e não tonal).
4)      O olho turco (amuleto), é um grande exemplo do intercâmbio cultural e absorção das culturas locais pelos turcos. Sua origem é egípcia (o olho de hórus) e foi adotado pelos gregos que começaram a utilizar um olho azul como amuleto para espantar “mau olhado”, nos países árabes também é costume utilizar uma pedra azul para este fim, e hoje faz parte da cultura turca.


Se você quiser saber mais sobre o “Tsiftetelis” (estilo grego de dança do ventre) e também entender um pouco melhor essa conversa cultural entre gregos e turcos, sugiro a leitura deste artigo: clique aqui

Enfim, espero ter contribuído para que a nossa classe de bailarinas e apaixonados pela dança oriental esteja mais preparada para a próxima avalanche.

Na época da novela “O Clone”, quem estava neste meio sabe bem do que eu estou falando quanto às distorções, mas também sabe que vinha muita aluna querendo fazer aula e perguntando:
“Eu vou dançar que nem a Jade (Giovana Antonelli)?, daí eu vou citar o que uma colega de profissão, a Juliana Leme, disse e que eu particularmente amei: “Não querida, vc não vai dançar que nem a Jade, vc vai dançar melhor!”

Informações sobre aulas e shows, acesse aqui
ou ligue: 11 97225-2672

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Um grande abraço!!
Até a próxima

18 de mai. de 2012

"Quero ficar velha logo..."

Nestes últimos dias me deparei com 3 momentos de 3 grandes artistas (Souhair Zaki, Glykeria e Fernanda Montenegro). Momentos estes que me fizeram refletir sobre a questão da idade.
Percebi que estas 3 diferentes e maravilhosas artistas, no esplendor da vida e da maturidade conseguiram superar a si mesmas e me surpreender ainda mais com o seu talento o qual eu já admirava.

O carisma e a sabedoria destas mulheres é algo que pegou dentro da minha alma, o que menininha nenhuma com corpinho e rostinho perfeito conseguiram fazer.

Refletindo sobre estas 3 mulheres incríveis, um pensamento não sai da minha cabeça, quero ficar incrível logo!!! Entretanto sei que isto vai demorar, pois é um longo processo, só com o passar dos anos é que vamos acumulando tanta bagagem a ponto de que ela começa a pesar tanto que sua distribuição torna-se inevitável, pois aquele que não distribui torna-se pesado e não consegue mais caminhar!
Podemos até nascer com um mega talento, mas a experiência de vida somada a este talento numa mente aberta faz coisas inacreditáveis, de beleza ímpar e sem artifícios. É um simples que representa o tudo!!

A grande bailarina Souhair Zaki, dançando, já com uma certa idade. Percebam quanta emoção é transmitida em cada movimento, a entrega, o prazer e o domínio total da cena.



Esta é a cantora grega Glykeria, no auge dos seus 64 anos estava em turnê pela América Latina, esta cena é a entrada dela no último show realizado em São Paulo, no dia 10/05/2012, o qual tive o imenso prazer de estar presente. Acompanho a carreira desta talentosa cantora que sempre teve uma linda voz, entretanto percebam como o seu timbre esta mais aveludado, mais trabalhado e carregado de emoções, sem contar o lindo "mawell" que ela executou no meio da música.



E aqui uma maravilhosa entrevista, um banquete de sabedoria, deste talento indiscutível que é a Fernanda Montenegro. Palavras que servem para qualquer artista, e que para nós bailarinas é cabem como uma luva!


Outras maravilhosas artistas que me impressionam em sua maturidade:

Tamalyn Dallal


Nadia Gamal, aos 60 anos



Nossa, não vejo a hora de ficar velha, mas quero ficar assim, carregada em emoções e sabedoria!!!
E da próxima vez que alguém falar que está velho para dançar ou que você é velha para dançar, lembre-se deste post!!!
bjssssss





23 de abr. de 2012

Impressões sobre o Mercado Persa 2012


Nos dias 13, 14 e 15/04 tivemos aqui na cidade de São Paulo/Brasil, o maior festival de danças árabes da América Latina, o Mercado Persa, idealizado pela mestra Samira e organizado por Shalimar Mattar, este festival que começou pequeno e há 14 anos atrás atinge hoje uma dimensão gigantesca e alcança milhares de pessoas entre as que o acompanham fisicamente e também através das redes sociais, youtube, blogs e etc.

Neste ano não consegui participar do festival por razões diversas e pessoais, mas não pude deixar de dar uma “escapadinha” e prestigiar o evento na sexta e no sábado. Assisti algumas apresentações, acompanhei alguns concursos e presenciei algumas situações e no final das contas, também é legal ver “de fora” pois pude avaliar tudo por um outro olhar.

Foi muito prazeroso assistir o show de abertura na sexta-feira a noite, no qual o tema foi a história da dança do ventre no Brasil. Senti uma emoção muito forte em reviver momentos que fizeram parte da minha vida, a reprodução de uma “taverna” onde tinham apresentações de bailarinas relembraram a minha infância nos restaurantes e festas gregas e árabes, quando ninguém achava estranho colocar uma bailarina em cima da mesa e presenteá-la com dinheiro. Rever também as primeiras gerações de bailarinas da Khan El Khalili, como Aisha Almee e Munira Magharib no palco, com modelitos “a moda antiga” e dançando “a moda antiga” também me emocionaram e me relembraram meus momentos frequentando a Casa de Chá e depois as primeiras versões das Noites no Harém. Rever Cláudia Cenci no palco também foi maravilhoso, relembrei da época do Clone e toda loucura que vivemos nesta fase com milhares de apresentações por dia, dançando de um tudo para todos.

Muitas coisas lindas e interessantes fizeram minhas pupilas brilharem. Assistir Saida dançar ao vivo é avassalador, a energia da Samira e o sorriso da Shalimar são sempre contagiantes, e não poderia deixar de citar a linda apresentação de dabke que Anthar Lacerda me proporcionou, um colírio!

A quantidade de roupas lindas nos palcos, nos desfiles, à venda nas barracas, uma incrível variedade de assessórios também fazem do evento um sucesso. Fiquei realmente feliz em perceber a volta dos figurinos de dança do ventre num estilo mais tradicional, bem como deste resgate em muitas das apresentações e resultados de concursos.

A culinária também não deixa a desejar, um falafel para árabe nenhum botar defeito me deu energia para um dia inteiro. E sem contar o prazer de reencontrar pessoas queridas, conhecer profissionais diferentes e ver como cresceu o número de praticantes da nossa tão amada dança do ventre.

Entretanto, algo me incomodou e me deixou muito chateada e me senti na obrigação de dizer. Mesmo com toda a acessibilidade à informação que as pessoas tem hoje em dia a respeito das danças orientais, a quantidade de grupos que distorceram tradições e folclores foi decepcionante. Alguns grupos não tem a mínima noção do que é uma dança folclórica e do que não é, da questão dos trajes, das músicas, dos movimentos e passos. Neste ponto, gostaria de deixar um alerta aos grupos que se inscrevem como folclóricos. Estudem, pesquisem, façam aulas com quem entende, leiam o regulamento do festival, e só depois concebam um trabalho para apresentar. É preciso ter um pouco de respeito com o público, seja este leigo ou não.
Veja bem, o leigo assumirá como verdade a sua proposta, e o não leigo se sentirá ultrajado e agredido (foi como me senti), não é o que você quer né!
Um bom começo é a definição de folclore pelo Aurélio (dicionário) – folclore é o conjunto de poemas, canções, danças, tradições e lendas de uma determinada região.
Outro conceito primordial é o de que estas danças geralmente nascem de situações do cotidiano, são uma manifestação do comportamento cultural, histórico e social dos indivíduos e expressam uma tradição viva e popular.
É claro que quando levamos um folclore para o palco estamos adaptando a tradição para um espaço cênico, mas há de se ter muito cuidado para não distorcer ou ridicularizar. Sinceramente achei que o Brasil já tinha superado isto, daí fiquei realmente triste.

Outra questão que me deixou chateada foi a falta de educação do público. Precisamos sempre respeitar o artista que está no palco e também àqueles que o estão prestigiando. Não é elegante passar na frente, falar alto ou atrapalhar a quem esta assistindo. O mínimo é esperar o pequeno intervalo entre uma dança e outra para passar, afinal, não é tanto tempo assim né!

De qualquer forma, é sempre bom presenciar um evento como este com a cara do Brasil, pois o que eu mais admiro no Mercado Persa é a liberdade de expressão do artista. Ou seja, só não dança quem não quer, pois são muitas as categorias, e para quem não quer concorrer, há sempre a possibilidade de participar das mostras, tem espaço para todos! E podem já reservar o meu, pois em 2013 estarei lá, eu e a Pandora Cia de Danças!!

Apreciem a linda apresentação da vencedora do concurso Solo Profissional Star
Dança do Ventre clássica, impecável, sem invencionices!




Bjsssss
Cristina Antoniadis

12 de mar. de 2012

Entrevista com Cristina Antoniadis - por Ísis Zahara

Olá!!

Quero compartilhar com vocês esta especial entrevista que cedi para o blog da bailarina Ísis Zahara. Além de mencionar alguns detalhes de como iniciei nas danças orientais, falo um pouquinho também sobre a dança do ventre no estilo grego e algumas curiosidades!

Espero que gostem!

Clique aqui para ler a entrevista.

13 de fev. de 2012

Benefícios da Dança – Aquele que ninguém diz


É muito comum lermos uma série de textos, artigos e reportagens relatando os inúmeros benefícios da Dança do Ventre. Benefícios ao corpo físico que melhoram nossa musculatura, flexibilidade, funcionamento do organismo, queima de calorias e etc, benefícios no plano mental relatando a diminuição do stress, e melhora da coordenação motora. Benefício no plano emocional, ligados a auto estima, o amor próprio, a TPM e a plenitude de ser mulher

A lista destes benefícios é bem grande, mas pela minha experiência na prática da dança, nestes últimos 20 anos o maior e melhor benefício que a dança do ventre me trouxe foram as amizades.

Tive amigas na escola, faculdade, empregos, amizades muito boas mas que se foram com a distância, não que deixaram de ser amigas, mas perdemos o contato. Entretanto as amigas que fiz na dança, nunca mais se foram, mesmo distantes estão sempre perto, é como se tivéssemos realmente um pacto de sangue, o que me fez pensar um tanto sobre o assunto. Então concluí que a dança traz este benefício também, pois na dança encontramos pessoas que realmente tem a mesma sintonia, a mesma filosofia de vida, afinidades verdadeiras, afinidades de alma.

Na escola, no trabalho e na família também temos amizades, mas na dança as amizades se tornam mais profundas pois dividimos não só uma sala de aula ou um palco, dividimos nossas emoções, nossos medos, nossas fragilidades e nossas virtudes de forma aberta e clara.

Quando alguém procura uma aula de dança do ventre, raramente procura somente por achar a dança bonita ou para querer fazer um exercício físico. Mesmo que inconscientemente, a mulher que quer aprender dança do ventre quer também saber mais sobre ser mulher, quer resgatar valores femininos de um passado muito remoto no qual nossas civilizações eram matriarcais, quer resgatar o elo feminino e a união que nossas ancestrais possuíam e que hoje em dia é tão raro, quer entender as ansiedades da sua alma e encontra no contexto das aulas e da dança mulheres que tem estas mesmas ambições.

Quantas vezes não escutamos uma colega dizer que a amizade entre homens é mais sincera, ou que uma colega quis sabotar outra para lhe roubar um namorado, ou cargo ou mesmo status social. Eu sinceramente não acredito que a mulher seja este ser ardiloso e cheio de maldade e que vivem isoladamente, acredito somente que mulheres que agem desta forma o fazem por não terem encontrado um equilíbrio no seu eu interior, assim como alguns homens também agem desta forma . As mulheres da atualidade precisam perceber em primeiro lugar que são mulheres, são diferentes dos homens e não precisam agir ou pensar como eles.

Nas aulas de dança do ventre (pelo menos as que ministro e as que frequentei) isso fica bem claro, somos diferentes, podemos nos unir, podemos ter emoções, podemos rir e chorar ,podemos errar, podemos ter quilos a mais ou a menos, podemos ter prazer e nos aceitar da forma que somos, nos sentir bonita, elogiar a outra, ser nova ou velha, ser branca, oriental ou negra. Podemos sentir, ficar descalças e perceber a energia que vem da terra e invade nossos ventres, podemos ser livres e demonstrar nossos sentimentos de verdade, ser cúmplices das nossas fraquezas e testemunhas das nossas glórias, e assim vamos criando um elo com cada companheira de dança que é difícil de romper, vai nascendo um vínculo construído com grandes e fortes alicerces, um vínculo baseado em verdades profundas das nossas almas, um vínculo o qual chamamos de  AMIZADE!

Com muita emoção e recém chegada de Natal/BR onde reencontrei amigas, irmãs de alma, trazidas para minha vida pela dança, dedico este texto para Regina Silva, Vanessa Abílio e Denise Mussio que transformaram esta viagem num encontro inesquecível, e também a Claúdia Parolin e Naira Gios que, mesmo fisicamente ausentes, estavam muito presentes nas nossas lembranças.

Dedico também a todas as professoras e alunas do Pandora Espaço de Danças, que transformam a minha diária labuta em fonte de imensos prazeres e realizações como ser humano!

Uma linda semana a todas!!
Minhas amadas amigas no dia do meu casamento - Amo vocês

4 de fev. de 2012

Voltei!!

Queridos, após um longo período sem postar, estou de volta, com a corda toda e de cara nova!!!

Confesso que fiquei um tanto desestimulada a continuar com a proposta do blog, a dificuldade em compartilhar informações que considero preciosas e que muitas vezes foram vítimas de injustos apedrejamento me deixaram desanimadas. Por outro lado, recebi inúmeros pedidos para continuar com as postagens. Aceitarei críticas e sugestões, todas são bem vindas, desde que assinadas. Falar mal e não se identificar, desculpem, mas tá fora, vou excluir!!

Gostaria de saber a opinião de vcs sobre os assuntos que gostariam que eu escrevesse para que eu possa atender as necessidades (quando for da minha alçada), e compartilharmos assim conhecimento!!

Grande abraço!
Cristina Antoniadis