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26 de jun. de 2019

AULA DE RITMOS ÁRABES - VAMOS APRENDER?

Se você estuda dança do ventre, deve saber da importância do estudo dos ritmos árabes para a prática desta arte!!

Na filosofia oriental dança e música é uma coisa só, nossos movimentos precisam estar em uníssono com a música e a base principal deste uníssono são os ritmos.

Por isso é fundamental aprender os ritmos orientais que são mais frequentes na nossa dança, é fundamental aprender a identificar estes ritmos, absorvê-los no corpo e principalmente aprender a interpretá-los de forma alinhada com os estilo musical.

 



A dança do ventre não é apenas movimentos, ela é uma dança que vem de uma tradição, está inserida num contexto cultural no qual a música é o ator principal, e essa música tem características específicas que a diferenciam da música ocidental. Os ritmos tem uma importância ímpar, são a base do aprendizado da musicalidade e para a praticante de dança oriental, seja ela aluna ou profissional, é essencial o seu aprendizado.

Mas eu preciso ser músico, ler partituras e aprender a tocar então?? Não, isso não é necessário! A cultura oriental se baseia em tradição oral, na qual o aprendizado da música e da dança não se faz por meio escrito e racional, mas sim por meio da experimentação, da observação e da vivência.



Devido às minhas origens e história de vida, felizmente estou neste ambiente musical desde muito pequena, e por outro prisma também vivencio o lado das alunas e bailarinas de dança do ventre, o que me proporciona entender as dificuldades, e uma das maiores queixas que eu recebo, é a questão do entendimento dos ritmos e principalmente da confusão que acontece na cabeça da bailarina e estudante de dança do ventre quando estes aparecem em melodias diversas.

Não basta só aprender onde estão os "DUNS" e os "TAKS", e não basta só aprender o ritmo em si, é preciso aprender como dançar, o que fazer e o que não fazer, o que é tradição e o que não é.

Pensando em tudo isso e atendendo a pedidos, resolvi criar um curso totalmente direcionado para este aprendizado. Um curso no qual além de ensinar o ritmo em si, abordarei o contexto musical de inserção destes ritmos e possibilidades de interpretação. Tudo isso numa linguagem de quem estudou, fez aulas de derbak, toca estes ritmos mas que também dança, ou seja, tudo isso traduzido para a linguagem da bailarina e estudante de dança do ventre.

O Curso RITMOS ESSENCIAIS irá acontecer no segundo semestre de 2019, serão 3 aulas com 3 horas de duração cada aula das 10h às 13h. As aulas acontecem aos domingos, nos dias 25/08, 22/09 e 20/10, no Pandora Danças que fica em São Paulo, em frente ao metrô Ana Rosa. São poucas vagas para um melhor aproveitamento!! Portanto, NÃO PERCA ESSA OPORTUNIDADE!!

maiores informações e inscrições: 11 97225-2672 (Whatsapp)

VAMOS APRENDER DE VEZ OS RITMOS E SER FELIZ DANÇANDO!!!

Confira a seguir uma pequena aula de leitura musical na qual você poderá perceber um pouquinho da minha didática!! Aproveite e se inscreva no meu canal do Youtube! Espero você!! bjsss Cris


13 de jun. de 2019

DABKE OU SAIDI???

Quem nunca misturou que atire o primeiro gliter kkkkkkk

Muitas vezes há uma confusão no nosso meio da dança quando o assunto é dabke ou saidi, principalmente quando nos referimos aos movimentos característicos destas danças e mais ainda quando estes folclores aparecem no meio das rotinas clássicas orientais. Isso acontece por vários motivos:

1) Tanto no dabke como no saidi são utilizados ritmos quaternários parecidos como por exemplo o próprio ritmo saidi na dança saidi e do katakuft no dabke, ambos tem 4 tempos e possuem duas notas graves entre o 2º e o 3º tempo, temos também a presença do maksoum, um ritmo também quaternário e bem comum de ambos os folclores;

2) Ambas as danças possuem movimentos "puladinhos" com uma certa marcação ritmica, entretanto é bom lembrar que o dabke tem uma intenção mais verticalizada enquanto o saidi é mais horizontal;

3) Outra coisa que propicia esta confusão é a instrumentação, os dois estilos utilizam bastante os instrumentos que possuem grande projeção sonora como o mijuis, mizmar e tabl;

4) Aqui no Brasil temos uma comunidade sírio/libanesa muito grande, uma das maiores do mundo, e os primeiros contatos com as danças orientais foram através das festas da comunidade onde o dabke sempre foi muito presente. Ou seja, esta linguagem corporal foi referência para muitas das primeiras bailarinas do Brasil, numa época que não havia internet e tanto acesso como há hoje em dia às informações, então era natural interpretar com uma linguagem mais “dabkenta” certos momentos de folclores nas rotinas clássicas.

 

Entretanto, apesar destes elementos em comum, há muitas diferenças claras entre estes folclores.
Uma delas é a intenção dos movimentos, no dabke como já disse a postura é mais verticalizada, o tronco é altivo, eu costumo dizer que é a postura de quem monta cavalo, já o saidi é mais gingado, mais horizontal, mais de quem monta camelo. O dabke é mais pontuado enquanto o saidi tem mais “es”, mais respiros.

DABKE - reparem na postura, nas linhas e nas vestimentas


Outra diferença marcante é o próprio formato musical, o dabke tem uma estrutura musical mais fixa, geralmente começa com uma “ateba” (contação de história com improviso vocal específico), e a melodia geralmente tem um canto solo seguido de um coro, na grande parte das vezes é música cantada e pode haver mudanças rítmicas alternadas. Já o saidi tem um formato melódico mais solto, mais improvisado, pode começar lento e ir acelerando gradualmente até alternar o ritmo para um falahie. Outra diferença é a utilização do ritmo saidi no estilo saidi enquanto no dabke se usa o katakuft.

TAHTIB - luta "dançada" que deu origem à dança saidi


O sotaque também é um grande diferencial. Quando as músicas são cantadas é possível observar que no saidi temos o sotaque egípcio, no dabke temos o sotaque próprio do Levante. Muitas vezes nas letras das músicas cantadas de saidi irá aparecer a palavra saidi ou alguma referência às cidades e regiões saidis do Egito, já as letras das músicas de dabke geralmente abordarão assuntos de trabalhos em grupo e de questões do cotidiano.

Grupo Musical Saidi - trajes egípcios

 Existem também os ritmos que são específicos de cada estilo, como já mencionado o próprio saidi e o katakuft, como também o sudasi no caso do dabke e o falahie no saidi.

Não podemos também deixar de falar nas vestimentas que são completamente diferentes e que retratarão os usos e costumes de cada região.


No vídeo a seguir, eu faço uma brincadeira com o ritmo maksoum demonstrando um pouco destas diferenças. Espero que ajude a clarear um pouco as ideias, mas lembrem-se, para absorver estas diferenças e identificar os estilos, é necessário bastante estudo!!

Abraços Dançantes
Cris Antoniadis