O poema foi fruto de um tédio que se deu em meu ser por conta de um apagão de horas na cidade de São Paulo o que me fez observar melhor as coisas ao meu redor e também perceber o quanto o ócio é necessário para a criação.
Na nossa vida atual, quando temos qualquer brecha aproveitamos para checar redes sociais, emails e etc, ou então muitas vezes ligamos a TV ou computador em busca de algo para fazer e nos "conectar com o mundo", e quando por alguma razão que foge ao nosso controle não podemos "nos conectar com o mundo", ficamos irritados e impacientes.
Dito isto gostaria de fazer a você a seguinte pergunta para você refletir:
Quando foi a última vez que você sentiu tédio??? E o que você fez na ocasião??
A seguir o pequeno poema que foi resultante de um tédio:
O APAGÃO
Há muitas varandas e janelas,
mas ninguém a vista.
Tenho
muitos vizinhos,
mas não tenho companhia.
Não
ouço boa noite,
não ouço bom dia
Não
há crianças no parque,
a piscina está vazia.
Há
tanto barulho...,
mas não ouço cantoria
Não
ouço cães, nem conversas,
apenas os carros na avenida.
Não
sinto cheiro de comida,
será que alguém cozinha?
Sentada
ao relento, com o narguilê aceso, tomo uma cerveja...
sozinha.
Um
temporal de verão, um grande apagão,
me forçam esta reflexão.
Precisa
de tudo isto para eu escrever estas poucas linhas?
Temos
tantas coisas, são tantos habitantes, mas será que há vida?”
autor: Cristina Antoniadis - 08/01/2013
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