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13 de mai. de 2019

A RAKSA NO UNIVERSO DA DANÇA DO VENTRE


Provavelmente você já ouviu falar ou assistiu alguma apresentação cujos bailarinos denominaram de “raksa”.

Mas afinal, o que é a raksa?

Como eu defino que uma dança é ou não raksa? Quais os movimentos, trajes, como é a linguagem corporal e onde é praticada?

A palavra “raksa” significa dança. Mas qual dança?

A DANÇA (simples e ponto final)

Aquela que é feita de forma espontânea, que faz parte das tradições e costumes, que é executada nas festas e celebrações e que é transmitida de pais para filhos.
 
eu dançando com o meu pai num reveillon
A raksa é a dança “solta”, a dança que não é feita em roda, que não tem passos pré coreografados, que é livre e que cada pessoa dança do seu jeitinho e com aquela linguagem corporal inerente aos povos orientais da qual a dança do ventre cênica se originou.

Ela é passada de geração em geração, através da observação e tradição oral. É muito comum de ver em casamentos e datas comemorativas e é dançada com as músicas pops (da moda), músicas populares, folclóricas e também nas partes dançantes das músicas mais clássicas.

Esta dança solta, livre e espontânea tem como base a movimentação de quadril, de ombros e tronco e um gestual das mãos muito delicados que carregam em sua linguagem o dia a dia das pessoas: o tônus dos braços que abrem a massa para fazer o pão pita, as mãos de quem tempera o carneiro, o ventre que carrega a vida e tem orgulho de ser a matriarca.... É uma dança que é executada por todos, inclusive pelos homens que muitas vezes acompanham a dança feminina com a finalidade de exaltar sua beleza e valorizar os movimentos da mulher.

Um exemplo muito comum acontece nos casamentos sírios e libaneses nos quais uma roda de dabke se forma e os noivos dançam a raksa no centro da roda.

A raksa não necessariamente precisa ser dançada de casal, é muito comum nas festas achar grupinhos de mulheres ou mistos que dançam juntos ou até mesmo pessoas que dançam sozinhas numa entrega completa ao momento e à música.


É executada em todo o Oriente Médio e também em países próximos levando as vezes outro nome. Na Grécia e Turquia por exemplo é chamada de tsifteteli/chifteteli, e o baladi no Egito nada mais é do que uma raksa que tomou uma forma própria e específica daquele povo.

Estudar a raksa é imprescindível para quem quer ter uma dança realmente oriental e entender as origens da dança do ventre, o contexto do qual ela faz parte e como ela se dá in natura no seu seio cultural. É literalmente beber da fonte, e quando fazemos isso nos apropriamos de um conhecimento que nos permite criar nossa arte de forma autêntica ao mesmo tempo que fidedigna às suas raízes.

Para saber mais, assista o meu vídeo sobre este tema no meu canal do YouTube

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