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23 de abr. de 2019

Os Movimentos da Dança do Ventre

Uma das coisas que diferencia um estilo de dança do outro é o repertório de movimentos executados na dança em questão. Quando falamos de dança do ventre temos um repertório específico que abrange movimentos isolados do quadril, tronco, braços, cabeça. Muitas vezes estes mesmos movimentos se combinam harmonicamente entre si podendo também ser associados a deslocamentos, transferências de peso, mudanças de planos, passos e giros. Tudo isso resulta numa ampla gama de possibilidades o que é encantador e nos permite criar uma infinidade de variações.

Entretanto, a dança do ventre é um produto originário de danças femininas étnicas provenientes basicamente do mundo árabe e regiões próximas, ou seja, é uma dança que tem todo um contexto cultural no qual se encontra inserida e que os movimentos realizados precisam estar de acordo com este contexto. É de suma importância também o estudo dos ritmos e da música oriental, que é uma música cujo formato e características são diferentes da música ocidental.
Na cultura oriental música e dança são intrinsecamente ligados, sendo assim, para cada estilo musical e conjunto de ritmos teremos movimentos que são adequados para uma correta leitura musical, por isso não basta estudar apenas os movimentos e saber executá-los impecavelmente, é preciso estudar toda a questão cultural e musical que envolve o universo desta arte.

Mas o foco deste texto é uma conversa sobre os movimentos de base da dança do ventre e que, infelizmente, cada vez mais têm sido deixado de lado para dar lugar a movimentos importados de outras linguagens de dança. Então gostaria de colocar aqui neste artigo como eu elenco, classifico e organizo os movimentos que são típicos da dança oriental solo improvisada feminina. Ou seja, os movimentos de base desta dança tão linda e que nos traz tantos benefícios por proporcionar uma harmonização dos nossos centros energéticos, movimentos que massageiam e irrigam nossos órgãos internos, que modelam o nosso corpo e que nos inundam do prazer de ser mulher! Vamos resgatar estes movimentos que são a energia do feminino na nossa dança pois ela é quem nutre de maneira plena esta arte tão valiosa.

Para fins didáticos eu separo os movimentos da dança do ventre em 4 grandes grupos:
1) Os cadenciados (quadril e tronco)
2) Os sinuosos (quadril, tronco, braços e cabeça)
3) Os precisos (quadril, tronco, braços e cabeça)
4) Os vibratórios (quadril e tronco)

OS CADENCIADOS
Os movimentos cadenciados são aqueles que acontecem necessariamente na pulsação rítmica, ou seja, não é possível executá-los sem base rítmica ou com uma base rítmica que não permita sua realização. A grande maioria destes movimentos acontecem nos ritmos quaternários (que possuem 4 tempos) e alguns em ritmos binários (2 tempos).
São movimentos que possuem uma ginga própria e geralmente podem ser acompanhados com palmas ou estalar de dedos.
Exemplos: básico egípcio, básico grego, twist...

OS SINUOSOS
Os movimentos sinuosos são aqueles que possuem formatos arredondados, formam curvas e desenhos como o símbolo do infinito (lemniscata), círculos, elipses, caracóis e esses (S).
Podem ser realizados seguindo o pulso rítmico ou não. São muito utilizados quando seguimos instrumentos de som contínuo como as flautas nay, o violino ou a voz humana.
Podemos inclusive mesclar os sinuosos com os cadenciados ou executar os sinuosos com cadencia marcando o pulso rítmico.
Exemplos: oitos e redondos, camelos, ondulações de braço, ondulações de ventre...

OS PRECISOS
Os movimentos precisos são aqueles que utilizamos para fazer marcações específicas quando solicitadas pela música, ou seja, quando houver uma marcação forte musical, faremos também esta marcação com o corpo.
Estas marcações podem ser realizadas com o quadril, ombro, peito, braço, cabeça, desde que seja na mesma intensidade da marcação da música. Para a realização destes movimentos geralmente recorremos às contrações musculares da parte do corpo requerida para realizar de forma precisa.
Exemplos: batida unilateral de quadril , batida pélvica, marcação com um dos ombros...

OS VIBRATÓRIOS
Mais conhecidos como shimies ou tremidos, são movimentos que requerem treino e consciência corporal. Podem ser efetuados com o tronco ou com o quadril, sendo que neste último temos um mundo de tipos de tremidos que poderão ser utilizados conforme leitura musical.
Os movimentos vibratórios são utilizados geralmente quando há um intensa aceleração musical, ou quando o instrumento musical faz um som trinado. Usados com muita frequência para leitura da percussão, principalmente nos solos percussivos ou para leitura de instrumentos de cordas como o alaúde e o qanoum, mas isto não é uma regra.
Exemplos: tremido de quadril, tremido pélvico, tremido de peito...

Como já disse antes, esta divisão é apenas para fins de organização didática, entretanto, conforme vamos aprendendo estes movimentos de forma isolada, treinando e incorporando, vamos também desenvolvendo a transição entre eles, a mescla e a desenvoltura, associando uns aos outros, juntamente com transferências de peso, deslocamento, giros, mudança de planos e transformando este vocabulário numa linguagem própria que desabrochará na sua dança.

Para reforçar este trabalho de resgate dos movimentos de base da dança oriental, estou disponibilizando um curso online totalmente gratuito no meu canal do YouTube.
Nas vídeo aulas eu explico cada movimento e pequenas sequências para ilustração e fixação destes. É um material de apoio para quem estuda dança do ventre poder treinar em casa e aperfeiçoar sua dança. Clique no link a seguir e acesse!!

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Com muito carinho

Cris Antoniadis

5 de abr. de 2019

Conheça e saiba como interpretar um Bouzouki/ Buzuk

Olá,

Você que é praticante de dança do ventre ou amante da cultura oriental já ouviu falar no buzuk ou bouzouki???

este é o bouzouki helênico, existem muitos outros tipos de bouzoukis ou buzus


O bouzouki/buzuk é um instrumento musical de cordas, da família do alaúde (podemos inclusive dizer que seria um filho ou neto do alaúde), e é muito popular em algumas regiões onde a música oriental é executada, principalmente na Grécia/ Turquia/ Líbano e Síria.

Em grego é conhecido como bouzouki e em árabe como buzuk. Neste artigo optarei em usar o termo bouzouki pois para mim é mais orgânico e íntimo me referir desta forma a este instrumento que sempre foi tão presente em minha existência.

O bouzouki é um instrumento oriental e está muito presente na música oriental (quando eu digo música oriental estou me referindo à música que tem características específicas e que a diferenciam muito da música ocidental em estrutura, escalas "maqans", forma de ouvir, tocar, sentir, ritmos, e que é praticada numa extensão cultural e territorial que vai além do mundo considerado árabe, abrangendo os balcãs, o norte da África, a região do Levante, Ásia Menor "Anatólia" e parte da Ásia Central).

Entretanto, apesar do referido acima, o bouzouki é um instrumento que não possuiu uma ampla possibilidade de maqans (escalas) assim como o alaúde possui. O bouzouki possui trastes em seu braço (tal como o violão) e isto limita o número de notas musicais quando comparado com o alaúde que tem o seu braço livre, mas ainda assim é um instrumento que possibilita os 1/4 de tom que é tão característico da música oriental e que os instrumentos ocidentais (como o violão por exemplo) não conseguem reproduzir.

Eu sou apaixonada pelo bouzouki, ele tem uma sonoridade mais "estridente" que o alaúde, no meu modo de sentir eu vejo o alaúde como um instrumento mais aveludado, mais grave e que me remete à energia do masculino, já o bouzouki para o meu modo de sentir (assim como o qanoum - falaremos dele numa outra oportunidade), me remete à uma energia mais feminina, mais doce ao mesmo tempo que é forte e vigorosa. Para mim, o alaúde seria a voz masculina enquanto o bouzouki a feminina!

O som trinado do bouzouki permite que a bailarina possa explorar diversos tipos de tremidos, aliados ou não aos movimentos sinuosos que podem também se dar de forma lisa fazendo toda a leitura poética do instrumento. É um instrumento que permite uma dança muito rica em movimentos, técnica e sentimentos.

Na atualidade, o bouzouki é considerado o instrumento mais típico da música helênica, é muito utilizado tanto nos clássicos como na música popular e moderna. É muito utilizado no estilo rembetiko (um estilo musical mais boêmio da músico helênica e que é extremamente popular entre os gregos e heleno descendentes no mundo), e muito presente no TSIFTETELIS, estilo helênico da dança oriental solta de improviso. Nas festas gregas é um instrumento que não pode faltar e que é contagiante e sentimental, proporcionando a todos uma sensação de êxtase em suas TAKSIMIS (taksim), o que podemos chamar no mundo árabe de TARAB.

Ainda falando de TSIFTETELIS, no início do século XX foi desenvolvido e popularizado um estilo muito peculiar de solo de bouzouki para o tsifteteli (chifteteli) e que se tornou praticamente um hino do tsifteteli grego, um estilo onde o músico improvisa com o bouzouki demosntrando muita habilidade, vigor, sentimento e o que chamamos de "KEFI", (uma pegada, um sentir único de estar na energia daquele momento)

Abaixo o link de um SOLO DE BOUZOUKI que efetuei para o desfecho do meu DVD "A DANÇA NA MÚSICA E CULTURA ORIENTAL", lançado em parceria com a Shimmie Kaleidoscópio e onde eu explico as características fundamentais da música e cultura oriental aplicadas na nossa dança.
Para mais informações sobre o DVD, CLIQUE AQUI!!!

O solo é do maravilhoso músico Nicos Pourpourakis (in memória), que ainda em vida me cedeu com muito amor os direitos autorais para que eu pudesse produzir este trabalho e que era um apaixonado pela dança do ventre.

Aqui no Brasil, na comunidade helênica, temos um grande "bouzouklis" , o Kostakis, e que está sempre presente nas festas e eventos da comunidade. Para quem tiver interesse em aprender a tocar o instrumento, pode entrar em contato com o Iaonnis Kyriopoulos, professor na Coletividade Helênica de São Paulo.

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TAKSIMI BOUZOUKI - NICOS POURPOURAKIS - INTERPRETAÇÃO CRISTINA ANTONIADIS



ESTILO GREGO DE SOLO DE BOUZOUKI - TSIFTETELI



O BUZUK "ÁRABE"





1 de abr. de 2019

DANÇA DO VENTRE ESSENCIAL - Curso Online GRATUITO

Olá galerinha!!

A partir de hoje estarei postando em meu canal do YouTube uma série de VÍDEOS AULA TOTALMENTE GRATUITAS sobre os movimentos de base da nossa dança para que vocês possam ter um material complementar de estudos e também para quem nunca fez aulas possa ter um primeiro contato e se encantar com essa linda arte que é a DANÇA DO VENTRE!!

Então não deixe de acompanhar!! INSCREVA-SE!!!
Segue o link da PLAYLIST onde você encontrará todos os vídeos da série:

DANÇA DO VENTRE ESSENCIAL - de A a Z



VAMOS APRENDER DANÇA DO VENTRE??? ESSENCIAL DANÇA DO VENTRE DE A a Z - Aulas de dança do ventre com Cristina Antoniadis.

Uma série especial de vídeos criados pela professora Cristina Antoniadis cuja finalidade é proporcionar um contato com os principais movimentos essenciais da dança do ventre para quem não conhece e também um material de complemento de estudos para quem já pratica esta arte possibilitando que você possa treinar em casa, estudar bastante e melhorar a qualidade dos seus movimentos de dança do ventre.

IMPORTANTE: estas aulas não substituem uma aula de dança do ventre presencial, onde o professor poderá te orientar e corrigir pessoalmente. É importante também lembrar que o aprendizado da dança do ventre não se resume apenas em aprender os movimentos, mas é de muita importância aprender a inserir estes movimentos numa correta leitura musical, cultural e intencional. A dança do ventre é uma dança étnica e estudar seus aspectos peculiares é essencial para o aprendizado correto desta dança.

Quer saber mais sobre as origens e histórico da dança do ventre?? BAIXE AQUI GRATUITAMENTE O MEU EBOOK

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