Uma das coisas que diferencia um estilo de dança do outro é o repertório de movimentos executados na dança em questão. Quando falamos de dança do ventre temos um repertório específico que abrange movimentos isolados do quadril, tronco, braços, cabeça. Muitas vezes estes mesmos movimentos se combinam harmonicamente entre si podendo também ser associados a deslocamentos, transferências de peso, mudanças de planos, passos e giros. Tudo isso resulta numa ampla gama de possibilidades o que é encantador e nos permite criar uma infinidade de variações.
Entretanto, a dança do ventre é um produto originário de danças femininas étnicas provenientes basicamente do mundo árabe e regiões próximas, ou seja, é uma dança que tem todo um contexto cultural no qual se encontra inserida e que os movimentos realizados precisam estar de acordo com este contexto. É de suma importância também o estudo dos ritmos e da música oriental, que é uma música cujo formato e características são diferentes da música ocidental.
Na cultura oriental música e dança são intrinsecamente ligados, sendo assim, para cada estilo musical e conjunto de ritmos teremos movimentos que são adequados para uma correta leitura musical, por isso não basta estudar apenas os movimentos e saber executá-los impecavelmente, é preciso estudar toda a questão cultural e musical que envolve o universo desta arte.
Mas o foco deste texto é uma conversa sobre os movimentos de base da dança do ventre e que, infelizmente, cada vez mais têm sido deixado de lado para dar lugar a movimentos importados de outras linguagens de dança. Então gostaria de colocar aqui neste artigo como eu elenco, classifico e organizo os movimentos que são típicos da dança oriental solo improvisada feminina. Ou seja, os movimentos de base desta dança tão linda e que nos traz tantos benefícios por proporcionar uma harmonização dos nossos centros energéticos, movimentos que massageiam e irrigam nossos órgãos internos, que modelam o nosso corpo e que nos inundam do prazer de ser mulher! Vamos resgatar estes movimentos que são a energia do feminino na nossa dança pois ela é quem nutre de maneira plena esta arte tão valiosa.
Para fins didáticos eu separo os movimentos da dança do ventre em 4 grandes grupos:
1) Os cadenciados (quadril e tronco)
2) Os sinuosos (quadril, tronco, braços e cabeça)
3) Os precisos (quadril, tronco, braços e cabeça)
4) Os vibratórios (quadril e tronco)
OS CADENCIADOS
Os movimentos cadenciados são aqueles que acontecem necessariamente na pulsação rítmica, ou seja, não é possível executá-los sem base rítmica ou com uma base rítmica que não permita sua realização. A grande maioria destes movimentos acontecem nos ritmos quaternários (que possuem 4 tempos) e alguns em ritmos binários (2 tempos).
São movimentos que possuem uma ginga própria e geralmente podem ser acompanhados com palmas ou estalar de dedos.
Exemplos: básico egípcio, básico grego, twist...
OS SINUOSOS
Os movimentos sinuosos são aqueles que possuem formatos arredondados, formam curvas e desenhos como o símbolo do infinito (lemniscata), círculos, elipses, caracóis e esses (S).
Podem ser realizados seguindo o pulso rítmico ou não. São muito utilizados quando seguimos instrumentos de som contínuo como as flautas nay, o violino ou a voz humana.
Podemos inclusive mesclar os sinuosos com os cadenciados ou executar os sinuosos com cadencia marcando o pulso rítmico.
Exemplos: oitos e redondos, camelos, ondulações de braço, ondulações de ventre...
OS PRECISOS
Os movimentos precisos são aqueles que utilizamos para fazer marcações específicas quando solicitadas pela música, ou seja, quando houver uma marcação forte musical, faremos também esta marcação com o corpo.
Estas marcações podem ser realizadas com o quadril, ombro, peito, braço, cabeça, desde que seja na mesma intensidade da marcação da música. Para a realização destes movimentos geralmente recorremos às contrações musculares da parte do corpo requerida para realizar de forma precisa.
Exemplos: batida unilateral de quadril , batida pélvica, marcação com um dos ombros...
OS VIBRATÓRIOS
Mais conhecidos como shimies ou tremidos, são movimentos que requerem treino e consciência corporal. Podem ser efetuados com o tronco ou com o quadril, sendo que neste último temos um mundo de tipos de tremidos que poderão ser utilizados conforme leitura musical.
Os movimentos vibratórios são utilizados geralmente quando há um intensa aceleração musical, ou quando o instrumento musical faz um som trinado. Usados com muita frequência para leitura da percussão, principalmente nos solos percussivos ou para leitura de instrumentos de cordas como o alaúde e o qanoum, mas isto não é uma regra.
Exemplos: tremido de quadril, tremido pélvico, tremido de peito...
Como já disse antes, esta divisão é apenas para fins de organização didática, entretanto, conforme vamos aprendendo estes movimentos de forma isolada, treinando e incorporando, vamos também desenvolvendo a transição entre eles, a mescla e a desenvoltura, associando uns aos outros, juntamente com transferências de peso, deslocamento, giros, mudança de planos e transformando este vocabulário numa linguagem própria que desabrochará na sua dança.
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Cris Antoniadis
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