Você sabia que uma das características
fundamentais da música oriental é o UNÍSSONO?
Mas afinal o que é isso e por que é tão
importante o seu entendimento para nós que somos bailarinas!
Na filosofia oriental não existe música
sem dança e nem dança sem música, esse conceito vem desde tempos remotos quando
o ser humano tinha um entendimento de que tudo no universo é interligado e se
completa.
Felizmente a música e dança oriental
mantiveram essa forma de entender a vida até os dias atuais. Isso muitas vezes
explica o porquê de muitas pessoas que não tem qualquer ascendência oriental se
identificar tanto com essa música, dança e cultura, pois ela resgata nossa
ancestralidade como seres humanos.
O uníssono é a perfeita integração entre
ritmos e melodia onde a dança irá fazer parte desta orquestração de forma
plena, transformando o som em movimento e compondo juntamente com a música uma
coisa só, um todo que é completo.
Os ritmos são a base de tudo isso! São
eles que nortearão as melodias e que possibilitarão que a circularidade se
construa, que é outra característica fundamental da música e dança oriental.
Os ritmos são a representação do
elemento humano na orquestra oriental, são como o nosso coração que com o seu
pulso e batidas determinam o nosso próprio ritmo corporal e vital.
Por isso tudo e mais vários outros elementos é
que o estudo dos ritmos é de extrema importância para quem estuda dança do
ventre e quer ter uma dança realmente oriental.
O universo da música oriental é muito
rico e complexo, com características peculiares e que também irão reger a
dança. Estudar os ritmos é apenas o primeiro passo, entretanto o mais
importante. Sem essa base solidificada o desenvolvimento da dança fica
estagnado. Conhecer bem os ritmos, entendê-los, saber identificar e interpretá-los
proporciona para a estudante e bailarina de dança do ventre autonomia e propriedade
para desabrochar seu estilo próprio, pois a liberdade de criação é consequência
de uma boa base de conhecimento.
foto Adelita Choffi
Que tal então estudar os ritmos de forma
dedicada e abrir esta porta que transformará sua bailarina?
Vou te fazer um convite:
Neste segundo semestre estarei
ministrando um curso muito especial: RITMOS ESSENCIAIS, dias 25/8, 22/9 e
20/10, em São Paulo, das 10h às 13h, no Pandora Danças.
Encerramos as inscrições do 2º lote dia 10/8, e restam
apenas 3 vagas.
Uma delas pode ser sua!! NÃO PERCA, reserve agora mesmo a sua vaga!
Informações e inscrições somente por
Whatsapp: 11 97225-2672
Aulas de ritmos para dança do ventre de
bailarina para bailarina!!
Se você estuda dança do ventre, deve saber da importância do estudo dos ritmos árabes para a prática desta arte!!
Na filosofia oriental dança e música é uma coisa só, nossos movimentos precisam estar em uníssono com a música e a base principal deste uníssono são os ritmos.
Por isso é fundamental aprender os ritmos orientais que são mais frequentes na nossa dança, é fundamental aprender a identificar estes ritmos, absorvê-los no corpo e principalmente aprender a interpretá-los de forma alinhada com os estilo musical.
A dança do ventre não é apenas movimentos, ela é uma dança que vem de uma tradição, está inserida num contexto cultural no qual a música é o ator principal, e essa música tem características específicas que a diferenciam da música ocidental. Os ritmos tem uma importância ímpar, são a base do aprendizado da musicalidade e para a praticante de dança oriental, seja ela aluna ou profissional, é essencial o seu aprendizado.
Mas eu preciso ser músico, ler partituras e aprender a tocar então?? Não, isso não é necessário! A cultura oriental se baseia em tradição oral, na qual o aprendizado da música e da dança não se faz por meio escrito e racional, mas sim por meio da experimentação, da observação e da vivência.
Devido às minhas origens e história de vida, felizmente estou neste ambiente musical desde muito pequena, e por outro prisma também vivencio o lado das alunas e bailarinas de dança do ventre, o que me proporciona entender as dificuldades, e uma das maiores queixas que eu recebo, é a questão do entendimento dos ritmos e principalmente da confusão que acontece na cabeça da bailarina e estudante de dança do ventre quando estes aparecem em melodias diversas.
Não basta só aprender onde estão os "DUNS" e os "TAKS", e não basta só aprender o ritmo em si, é preciso aprender como dançar, o que fazer e o que não fazer, o que é tradição e o que não é.
Pensando em tudo isso e atendendo a pedidos, resolvi criar um curso totalmente direcionado para este aprendizado. Um curso no qual além de ensinar o ritmo em si, abordarei o contexto musical de inserção destes ritmos e possibilidades de interpretação. Tudo isso numa linguagem de quem estudou, fez aulas de derbak, toca estes ritmos mas que também dança, ou seja, tudo isso traduzido para a linguagem da bailarina e estudante de dança do ventre.
O Curso RITMOS ESSENCIAIS irá acontecer no segundo semestre de 2019, serão 3 aulas com 3 horas de duração cada aula das 10h às 13h. As aulas acontecem aos domingos, nos dias 25/08, 22/09 e 20/10, no Pandora Danças que fica em São Paulo, em frente ao metrô Ana Rosa. São poucas vagas para um melhor aproveitamento!! Portanto, NÃO PERCA ESSA OPORTUNIDADE!!
maiores informações e inscrições: 11 97225-2672 (Whatsapp)
VAMOS APRENDER DE VEZ OS RITMOS E SER FELIZ DANÇANDO!!!
Confira a seguir uma pequena aula de leitura musical na qual você poderá perceber um pouquinho da minha didática!! Aproveite e se inscreva no meu canal do Youtube! Espero você!! bjsss Cris
Quem nunca misturou que atire o primeiro gliter kkkkkkk
Muitas vezes há uma confusão no nosso meio da dança quando o
assunto é dabke ou saidi, principalmente quando nos referimos aos movimentos
característicos destas danças e mais ainda quando estes folclores aparecem no
meio das rotinas clássicas orientais. Isso acontece por vários motivos:
1) Tanto no dabke como no saidi são utilizados ritmos
quaternários parecidos como por exemplo o próprio ritmo saidi na dança saidi e
do katakuft no dabke, ambos tem 4 tempos e possuem duas notas graves entre o 2º
e o 3º tempo, temos também a presença do maksoum, um ritmo também quaternário e
bem comum de ambos os folclores;
2) Ambas as danças possuem movimentos "puladinhos"
com uma certa marcação ritmica, entretanto é bom lembrar que o dabke tem uma
intenção mais verticalizada enquanto o saidi é mais horizontal;
3) Outra coisa que propicia esta confusão é a instrumentação,
os dois estilos utilizam bastante os instrumentos que possuem grande projeção
sonora como o mijuis, mizmar e tabl;
4) Aqui no Brasil temos uma comunidade sírio/libanesa muito
grande, uma das maiores do mundo, e os primeiros contatos com as danças
orientais foram através das festas da comunidade onde o dabke sempre foi muito
presente. Ou seja, esta linguagem corporal foi referência para muitas das
primeiras bailarinas do Brasil, numa época que não havia internet e tanto
acesso como há hoje em dia às informações, então era natural interpretar com
uma linguagem mais “dabkenta” certos momentos de folclores nas rotinas
clássicas.
Entretanto, apesar destes elementos em comum, há muitas
diferenças claras entre estes folclores.
Uma delas é a intenção dos movimentos, no dabke como já disse
a postura é mais verticalizada, o tronco é altivo, eu costumo dizer que é a
postura de quem monta cavalo, já o saidi é mais gingado, mais horizontal, mais
de quem monta camelo. O dabke é mais pontuado enquanto o saidi tem mais “es”,
mais respiros.
DABKE - reparem na postura, nas linhas e nas vestimentas
Outra diferença marcante é o próprio formato musical, o dabke
tem uma estrutura musical mais fixa, geralmente começa com uma “ateba”
(contação de história com improviso vocal específico), e a melodia geralmente
tem um canto solo seguido de um coro, na grande parte das vezes é música
cantada e pode haver mudanças rítmicas alternadas. Já o saidi tem um formato
melódico mais solto, mais improvisado, pode começar lento e ir acelerando
gradualmente até alternar o ritmo para um falahie. Outra diferença é a
utilização do ritmo saidi no estilo saidi enquanto no dabke se usa o katakuft.
TAHTIB - luta "dançada" que deu origem à dança saidi
O sotaque também é um grande diferencial. Quando as músicas
são cantadas é possível observar que no saidi temos o sotaque egípcio, no dabke
temos o sotaque próprio do Levante. Muitas vezes nas letras das músicas cantadas
de saidi irá aparecer a palavra saidi ou alguma referência às cidades e regiões
saidis do Egito, já as letras das músicas de dabke geralmente abordarão
assuntos de trabalhos em grupo e de questões do cotidiano.
Grupo Musical Saidi - trajes egípcios
Existem também os ritmos que são específicos de cada estilo,
como já mencionado o próprio saidi e o katakuft, como também o sudasi no caso
do dabke e o falahie no saidi.
Não podemos também deixar de falar nas vestimentas que são
completamente diferentes e que retratarão os usos e costumes de cada região.
No vídeo a seguir, eu faço uma brincadeira com o ritmo
maksoum demonstrando um pouco destas diferenças. Espero que ajude a clarear um
pouco as ideias, mas lembrem-se, para absorver estas diferenças e identificar os estilos, é necessário bastante estudo!!
Para estar sempre recebendo meus materiais, conteúdos e informações exclusivas do nosso universo dançante, não deixe de se inscrever na minha lista!!
O dabke é uma dança
folclórica muito popular na região do Levante no Oriente Médio.
"De uma forma
geral, a região se resume à Síria, à Jordânia, a Israel, à Palestina, ao Líbano
e a Chipre. Outras fontes definem o Levante de uma maneira mais ampla,
incluindo porções da Turquia, do Iraque, da Arábia Saudita e do Egito."
(Wikipédia)
obs: a região do
Egito acima referida é a porção asiática denominada Sinai.
região em verde escuro é o que se denomina Levante mediterrâneo - fonte Wikipédia
A origem do dabke é
muito remota e até os dias atuais encontramos diversas danças muito similares
em regiões próximas ao levante e que não são de língua árabe como a Turquia,
Armênia, Grécia, Bulgária e Chipre.
Essa similaridade
provavelmente se justifica pela influência dos povos chamados
"pondios" (povos helênicos de provável origem fenícia que se fixaram
e colonizaram toda região que fica em torno do Mar Negro e parte do Mar Cáspio
no século VII ac.). Estes povos, de essência guerreira e famosos pelas suas
habilidades com os metais, sofreram com diversas invasões e muitos foram
obrigados a deixar seus lares e se dissiparam pelo oriente ao longo de mais de
um milênio levando consigo suas tradições e se incorporando a outros povos e
regiões assim como absorvendo as tradições dos locais para onde migraram.
Infelizmente há muito pouca literatura a respeito destes povos e ainda não
consegui achar mais informações de como estes povos se miscigenaram com outros em
suas diásporas e como foram as trocas culturais que ocorreram desde então mas
seria um pensamento muito limitante achar que estes fatos ocorreram de forma
linear, isolada e sem diferenças regionais.
Pondios - pintura antiga
O que temos de fato
são os descendentes dos Pondios, que na atualidade em sua maioria habitam a
região de Tessaloniki/Macedônia - GR e que mantiveram suas raízes culturais,
danças e tradições até os dias atuais e encontramos uma dança muito antiga em
seus costumes que é extremamente similar ao dabke tanto na linguagem corporal,
como na musicalidade e inclusive nos trajes. Como a origem étnica dos pondios
ainda é uma lacuna e uma das teorias é que sejam de origem dos ditos “povos do
mar” pelos antigos, e estes “povos do mar” muito provavelmente seriam os fenícios,
que são os povos que deram origem ao Líbano, fica realmente muito difícil
determinar de onde ou de quem realmente vem essa linguagem corporal, o que
podemos realmente determinar é que ela existe, é muito antiga e está presente
em uma extensa região.
Já a dança dabke
propriamente dita é encontrada e praticada na atualidade em toda a região do
levante e hoje é considerada a dança nacional do Líbano, Síria e Palestina
principalmente. A teoria mais aceita é a de que é uma dança que veio do
agrupamento dos homens das aldeias libanesas para preencher com barro as
rachaduras dos telhados das casas ocasionadas pela grande seca que acontece no
verão e assim evitar a infiltração de água no período de chuvas. Para amenizar
o árduo trabalho cantavam e dançavam (com uma linguagem corporal já
estabelecida em seus corpos anteriormente) ao ritmo das músicas enquanto batiam
os pés para fixar o barro nas rachaduras. A própria palavra dabke significa
bater o pé no chão, sapatear.
Um detalhe que não
podemos esquecer quando se trata dos folclores do Oriente Médio é a grande
influência das tribos beduínas de cada região, e com o dabke não é diferente, é
uma dança e estilo musical que carrega consigo características próprias das
danças beduínas como o uso da “zarghouta” (lilili) e de alguns trejeitos como
as palmas com os dedos abertos.
Caracala - Grupo Folclórico Libanês
O dabke é
originariamente masculino, grupal, com formação de semi círculo na qual a roda
gira em sentido anti horário, é praticado de mãos entrelaçadas ou apoiadas nos
ombros, e a ponta que “puxa” a roda é o líder ou dançarino mais habilidoso
podendo ser ou não revezada por outros dançarinos que também possuam pleno
domínio da dança. Em muitas aldeias quem lidera a ponta da roda é o ancião da
comunidade e a ele cabe ao longo da dança ceder o lugar para os seus
sucessores.
Nos dias atuais o
dabke é dançado também por mulheres e cada vez mais tem se tornado uma dança de
identidade cultural dos libaneses e palestinos sendo frequentemente praticada
em atos políticos e patrióticos.
Dabke de Baalbeck - selo libanês
Neste artigo o meu
foco foi descrever um pouco das possíveis origens desta dança tão popular e
contagiante, mas muitos detalhes ainda podem ser abordados quando o assunto é
dabke: a diferença do dabke tradicional para o dabke de palco, como levar para
o palco sem descaracterizar, como são as músicas, quais os principais
intérpretes e compositores deste estilo, como são os trajes, quais as
diferenças regionais, quais os ritmos e tipos de passos... enfim, o assunto é
bem extenso e requer um carinho especial, portanto prefiro deixar estes tópicos
para abordar com detalhes numa próxima oportunidade.
Cabe dizer que todas
as informações que coloquei aqui fazem parte de uma pesquisa pessoal de mais de
20 anos resultante de vivência em grupos folclóricos helênicos e de dabke
(JOB), cursos e workshops com a mestra em cultura árabe pela USP, Márcia Dib,
minha convivência pessoal de mais de 15 anos no seio de uma família tradicional
libanesa a qual meu marido, músico árabe Sami Bordokan pertence, assim como
aulas de música, ritmos e muitas conversas sobre o assunto com ele. Conversas,
aulas e consultoria com o renomado ator, diretor cultural e coreógrafo libanês
Mounir Maasri com o qual tive a honra de conhecer e trabalhar na minissérie “2
Irmãos” de Luis Fernando de Carvalho/Rede Globo, e muita dedicação e bunda na
cadeira lendo, assistindo vídeos, documentários e fuçando cada detalhe,
portanto, pode confiar que as informações são quentes kkkkk.
Eu e Mounir Maasri - cena do casamento na minissérie "2 irmãos" baseada na obra de Milton Hatoun
Para saber mais sobre
o dabke não deixe de assistir este vídeo no meu canal do YouTube. Aproveite
para se INSCREVER, por lá eu posto bastante vídeo legal e assim você não perde
nenhum detalhe!!
Provavelmente você já ouviu falar ou
assistiu alguma apresentação cujos bailarinos denominaram de “raksa”.
Mas afinal, o que é a raksa?
Como eu defino que uma dança é ou não
raksa? Quais os movimentos, trajes, como é a linguagem corporal e onde é
praticada?
A palavra “raksa” significa dança. Mas
qual dança?
A DANÇA (simples e ponto final)
Aquela que é feita de forma espontânea,
que faz parte das tradições e costumes, que é executada nas festas e
celebrações e que é transmitida de pais para filhos.
eu dançando com o meu pai num reveillon
A raksa é a dança “solta”, a dança que
não é feita em roda, que não tem passos pré coreografados, que é livre e que
cada pessoa dança do seu jeitinho e com aquela linguagem corporal inerente aos
povos orientais da qual a dança do ventre cênica se originou.
Ela é passada de geração em geração,
através da observação e tradição oral. É muito comum de ver em casamentos e
datas comemorativas e é dançada com as músicas pops (da moda), músicas
populares, folclóricas e também nas partes dançantes das músicas mais clássicas.
Esta dança solta, livre e espontânea tem
como base a movimentação de quadril, de ombros e tronco e um gestual das mãos
muito delicados que carregam em sua linguagem o dia a dia das pessoas: o tônus
dos braços que abrem a massa para fazer o pão pita, as mãos de quem tempera o
carneiro, o ventre que carrega a vida e tem orgulho de ser a matriarca.... É
uma dança que é executada por todos, inclusive pelos homens que muitas vezes
acompanham a dança feminina com a finalidade de exaltar sua beleza e valorizar
os movimentos da mulher.
Um exemplo muito comum acontece nos
casamentos sírios e libaneses nos quais uma roda de dabke se forma e os noivos
dançam a raksa no centro da roda.
A raksa não necessariamente precisa ser
dançada de casal, é muito comum nas festas achar grupinhos de mulheres ou
mistos que dançam juntos ou até mesmo pessoas que dançam sozinhas numa entrega
completa ao momento e à música.
É executada em todo o Oriente Médio e
também em países próximos levando as vezes outro nome. Na Grécia e Turquia por
exemplo é chamada de tsifteteli/chifteteli, e o baladi no Egito nada mais é do
que uma raksa que tomou uma forma própria e específica daquele povo.
Estudar a raksa é imprescindível para
quem quer ter uma dança realmente oriental e entender as origens da dança do
ventre, o contexto do qual ela faz parte e como ela se dá in natura no seu seio
cultural. É literalmente beber da fonte, e quando fazemos isso nos apropriamos
de um conhecimento que nos permite criar nossa arte de forma autêntica ao mesmo
tempo que fidedigna às suas raízes.
Para saber mais, assista o meu vídeo
sobre este tema no meu canal do YouTube
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possa elevar-se cada vez mais!!
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Estamos vivendo num mundo de constantes transformações tecnológicas e
muitas formas novas de ensino vão surgindo em decorrência disso e uma delas é o
EAD. Mas será que isto funciona??
Como quase tudo na vida, a resposta é: depende!! E neste texto voltarei
a minha atenção para o ensino da dança, pois cada área tem suas
particularidades.
Com base na minha experiência percebo que muitos fatores irão
influenciar na eficácia dos cursos online, mas existem algumas questões
principais e que não podem ser ignoradas de forma alguma:
*Não existe milagre, não tem como aprender dança com poucas aulas online,
por mais ninja que a pessoa seja, não tem como absorver tudo o que envolve uma
plena consciência corporal, musicalidade, cultura, movimentos, desenvoltura
entre muitas outras coisas num curso rápido de dança do ventre seja ele online
ou não. Isso é propaganda enganosa, cuidado!!!
*Quem é o profissional que está ministrando o curso?? A pessoa tem
propriedade naquilo que está se propondo a ensinar? Tem bagagem, tem
experiência, é um profissional de qualidade??? Assim como nas aulas
presenciais, fazer um curso com alguém com pouca qualificação é jogar tempo e
dinheiro fora, além de poder te trazer consequências irreversíveis, como lesões
corporais ou aprendizados completamente equivocados.
*Outro fator muito importante para a eficácia de um curso online é a
disciplina do aluno, não adianta só ficar assistindo ou pior ainda, só adquirir
e deixar guardado, se o aluno não fazer os exercícios e não repetir até que
aquilo se incorpore não tem também muito proveito do curso, é igual aquele
aluno que se matricula na aula mas não comparece, não vai sair do lugar.
*Quando ministrados por profissionais competentes os cursos onlines são
um excelente material de apoio (assim como eram os DVDs e vídeos cassetes),
entretanto nenhum EAD, por melhor que ele seja, substitui a aula presencial!!!
Na aula presencial temos o contato humano, o olhar da professora diretamente
para a aluna, a energia do momento, a orientação personalizada, a socialização,
a troca, e por mais que a tecnologia se supere a cada dia, ainda não inventaram
nada que substitua UM ABRAÇO!!!
Não deixe de assistir o meu vídeo sobre este assunto no meu canal do
YouTube, deixe seu comentário lá também!!!
Abraços dançantes a todos!! (mas eu quero depois um abraço pessoalmente,
kkkkk)
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Uma das coisas que diferencia um estilo de dança do outro é o repertório de movimentos executados na dança em questão. Quando falamos de dança do ventre temos um repertório específico que abrange movimentos isolados do quadril, tronco, braços, cabeça. Muitas vezes estes mesmos movimentos se combinam harmonicamente entre si podendo também ser associados a deslocamentos, transferências de peso, mudanças de planos, passos e giros. Tudo isso resulta numa ampla gama de possibilidades o que é encantador e nos permite criar uma infinidade de variações.
Entretanto, a dança do ventre é um produto originário de danças femininas étnicas provenientes basicamente do mundo árabe e regiões próximas, ou seja, é uma dança que tem todo um contexto cultural no qual se encontra inserida e que os movimentos realizados precisam estar de acordo com este contexto. É de suma importância também o estudo dos ritmos e da música oriental, que é uma música cujo formato e características são diferentes da música ocidental.
Na cultura oriental música e dança são intrinsecamente ligados, sendo assim, para cada estilo musical e conjunto de ritmos teremos movimentos que são adequados para uma correta leitura musical, por isso não basta estudar apenas os movimentos e saber executá-los impecavelmente, é preciso estudar toda a questão cultural e musical que envolve o universo desta arte.
Mas o foco deste texto é uma conversa sobre os movimentos de base da dança do ventre e que, infelizmente, cada vez mais têm sido deixado de lado para dar lugar a movimentos importados de outras linguagens de dança. Então gostaria de colocar aqui neste artigo como eu elenco, classifico e organizo os movimentos que são típicos da dança oriental solo improvisada feminina. Ou seja, os movimentos de base desta dança tão linda e que nos traz tantos benefícios por proporcionar uma harmonização dos nossos centros energéticos, movimentos que massageiam e irrigam nossos órgãos internos, que modelam o nosso corpo e que nos inundam do prazer de ser mulher! Vamos resgatar estes movimentos que são a energia do feminino na nossa dança pois ela é quem nutre de maneira plena esta arte tão valiosa.
Para fins didáticos eu separo os movimentos da dança do ventre em 4 grandes grupos:
1) Os cadenciados (quadril e tronco)
2) Os sinuosos (quadril, tronco, braços e cabeça)
3) Os precisos (quadril, tronco, braços e cabeça)
4) Os vibratórios (quadril e tronco)
OS CADENCIADOS
Os movimentos cadenciados são aqueles que acontecem necessariamente na pulsação rítmica, ou seja, não é possível executá-los sem base rítmica ou com uma base rítmica que não permita sua realização. A grande maioria destes movimentos acontecem nos ritmos quaternários (que possuem 4 tempos) e alguns em ritmos binários (2 tempos).
São movimentos que possuem uma ginga própria e geralmente podem ser acompanhados com palmas ou estalar de dedos.
Exemplos: básico egípcio, básico grego, twist...
OS SINUOSOS
Os movimentos sinuosos são aqueles que possuem formatos arredondados, formam curvas e desenhos como o símbolo do infinito (lemniscata), círculos, elipses, caracóis e esses (S).
Podem ser realizados seguindo o pulso rítmico ou não. São muito utilizados quando seguimos instrumentos de som contínuo como as flautas nay, o violino ou a voz humana.
Podemos inclusive mesclar os sinuosos com os cadenciados ou executar os sinuosos com cadencia marcando o pulso rítmico.
Exemplos: oitos e redondos, camelos, ondulações de braço, ondulações de ventre...
OS PRECISOS
Os movimentos precisos são aqueles que utilizamos para fazer marcações específicas quando solicitadas pela música, ou seja, quando houver uma marcação forte musical, faremos também esta marcação com o corpo.
Estas marcações podem ser realizadas com o quadril, ombro, peito, braço, cabeça, desde que seja na mesma intensidade da marcação da música. Para a realização destes movimentos geralmente recorremos às contrações musculares da parte do corpo requerida para realizar de forma precisa.
Exemplos: batida unilateral de quadril , batida pélvica, marcação com um dos ombros...
OS VIBRATÓRIOS
Mais conhecidos como shimies ou tremidos, são movimentos que requerem treino e consciência corporal. Podem ser efetuados com o tronco ou com o quadril, sendo que neste último temos um mundo de tipos de tremidos que poderão ser utilizados conforme leitura musical.
Os movimentos vibratórios são utilizados geralmente quando há um intensa aceleração musical, ou quando o instrumento musical faz um som trinado. Usados com muita frequência para leitura da percussão, principalmente nos solos percussivos ou para leitura de instrumentos de cordas como o alaúde e o qanoum, mas isto não é uma regra.
Exemplos: tremido de quadril, tremido pélvico, tremido de peito...
Como já disse antes, esta divisão é apenas para fins de organização didática, entretanto, conforme vamos aprendendo estes movimentos de forma isolada, treinando e incorporando, vamos também desenvolvendo a transição entre eles, a mescla e a desenvoltura, associando uns aos outros, juntamente com transferências de peso, deslocamento, giros, mudança de planos e transformando este vocabulário numa linguagem própria que desabrochará na sua dança.
Para reforçar este trabalho de resgate dos movimentos de base da dança oriental, estou disponibilizando um curso online totalmente gratuito no meu canal do YouTube.
Nas vídeo aulas eu explico cada movimento e pequenas sequências para ilustração e fixação destes. É um material de apoio para quem estuda dança do ventre poder treinar em casa e aperfeiçoar sua dança. Clique no link a seguir e acesse!!